ARTIGOS

 

 

Dinâmica Conjugal e violência*

Helena Pinheiro Jucá-Vasconcelos**

 

 


O objetivo deste trabalho é discutir a dinâmica de um casal em situação de violência psicológica atendido no Setor de Terapia Familiar Psicanalítica da Unidade Docente Assistencial de Psiquiatria do Hospital Universitário Pedro Ernesto.

A violência tem sido alvo de inúmeros estudos, inclusive no âmbito familiar e conjugal (Araújo, 2003; Benghozi e Féres-Carneiro, 2003; Bucher, 2003; Gomes, 2005 e 2007; Hirigoyen, 2006; Saffioti, 1987, 1989 e 1995). Foi considerada desde a década de 90 um problema de saúde pública (Angulo-Tuesta, 1997), complexo e multi-causal (Bucher, 2003). Além disso, a violência de gênero é  vista como uma epidemia global (Heise, 1994). Sua ênfase tem sido dada à violência contra a mulher, por ser a mais freqüente (Collin, 1976), ter conseqüências mais desastrosas e por elas serem mais vulneráveis (Hirigoyen, 2006).

Lastimavelmente, a violência continua sendo um grande problema social e permanece a acarretar conseqüências deletérias a suas vítimas. O mais comum é atribuir ao termo violência características de agressão física, embora existam outras formas mais sutis, como a psicológica. Há dificuldade de se assumir a existência de pessoas violentas em todas as classes sociais e dentro do seio familiar, chegando ao ponto de se desacreditar nos testemunhos de vítimas (Hirigoyen, 2006).

Vários autores (Azevedo e Guerra, 2002; Hirigoyen, 2006; Narvaz e Koller, 2006; Ravazzola, 1997, 1999) propõem uma tipologia da violência designando diversas formas e focos, sem consenso sobre os conceitos. Azevedo e Guerra (2002) indicam a negligência, a violência física, a violência psicológica e a violência sexual como alguns tipos. Ravazzola (apud Narvaz e Koller, 2006) caracteriza a brutalidade de um homem contra uma mulher, que estão num contexto de relação afetiva e sexual – legalizada ou não - como violência conjugal. Para Narvaz (apud Narvaz e Koller, op.cit) pelo fato de haver maior prevalência de agressores masculinos nas relações conjugais violentas, esta também é uma forma de violência de gênero. Entretanto, Hirigoyen (2006) prefere utilizar o termo violência no casal, já que também se encontra esse fenômeno em casais homossexuais. Trata-se de um acontecimento brutal ocorrido na intimidade de casais onde um parceiro de qualquer sexo procura impor à força seu poder ao outro parceiro. Não se pode esquecer que também há a violência contra o homem.

Sob a ótica do conceito de gênero, procura-se desconstruir a naturalização do que seja masculino e feminino, abandonando o uso de aspectos biológicos como “sexo” e “diferença sexual” para entendê-los. O foco passa a ser como se dá a identidade sexual a partir da dinâmica das relações sociais em um determinado contexto histórico. Portanto, a análise de como se construiu socialmente a questão de gênero desobriga relacionar necessariamente as diferenças biológicas – genitais - com as sociais (Giffin, 1994; Oliveira e Souza, 2006). Deste modo, violência de gênero poderia ocorrer entre parceiros que se identifiquem sexualmente com a identidade masculina e feminina, sem que tenham biologicamente os sexos correspondentes a sua identidade. Neste trabalho serão considerados os conceitos violência no casal, conjugal e de gênero como semelhantes.

Hirigoyen (2006) aborda a dificuldade encontrada em diferenciar “a verdadeira violência” de uma briga entre o casal, localizando a particularidade no fato de que no primeiro caso há assimetria na relação, sem respeito entre as partes e sem preservar suas identidades.  Há o desejo de dominar e esmagar o parceiro. A autora questiona a visão parcial da análise da origem da violência no casal, já que para além das questões sociais e culturais, há a vulnerabilidade psicológica.

A literatura tem privilegiado o estudo da agressão à mulher por um homem (Azevedo, 1985; Beissman, 1994; Cabral, 1999; Collin, 1976; Giffin, 1994; Hirigoyen, op.cit, Narvaz e Koller, 2006; Prado e Oliveira, 1982; Schraiber e D'oliveira, 1999; Silva, 1982). As mulheres são mais vulneráveis tanto social quanto psicologicamente à violência, embora elas também possam ser violentas (Giffin, 1994; Hirigoyen, 2006).

Hirigoyen (2006) marca a importância em se estudar o aspecto psicológico da violência, sobretudo no casal, caracterizado pelo aspecto da dominação. A autora expõe o controle, o isolamento, o ciúme patológico, o assédio, o aviltamento, as humilhações, os atos de intimidação, a indiferença às demandas afetivas e as ameaças como formas de violências psicológicas. Afirma também que quando esse tipo de brutalidade não surte mais o efeito desejado, o agente procura novas formas de agressão: a física, a sexual, a decorrente da pressão econômica e financeira, o assédio por intrusão e até o assassinato do cônjuge. Assegura também que não há separação entre violência física e a psicológica.

A partir desse breve mapeamento sobre a violência torna-se necessário compreender o lugar da vítima e do agressor nesse processo. Saffioti (1999) acredita que as mulheres que toleram as agressões durante um longo período são co-dependentes da compulsão do homem, sentindo necessidade de sua violência. Algo que Giddens (1992) chamaria de relacionamento fixado, já que o relacionamento em si é o objeto de vício da pessoa. Berenstein e Puget (1994 apud Gomes, 2005) estabelecem uma tipologia dos vínculos conjugais patológicos que se dá através da noção de fusão, da idealização e da recusa das individualidades dos parceiros, não possibilitando a autonomia dos mesmos. O relacionamento é carregado de afetos como a violência, a irritabilidade e a hostilidade. Entretanto não haverá conflitos se um ego estiver em total submissão ao outro, sem capacidade de pensar e de ter autonomia. A relação se baseia em mensagens contraditórias capazes de enlouquecer e confundir.

Citando Gordon, Saffioti (1999) expõe que a violência não é expressão de um indivíduo violento, mas sim de uma trama familiar composta por sujeitos. Gomes (2003, 2005) acrescenta que a violência pode ser o desejo de realizar fantasias masoquistas do outro e também uma forma de estabelecer relações de poder na família. Aspectos transgeracionais também estão presentes, já que o papel e a função da mulher podem ter sido determinados por três gerações e pelos mitos familiares (Gomes, 2005).

Além dos fatores sociais, culturais, econômicos e de gênero (Angulo-Tuesta, 1997; Debert e Gregori, 2008; Minayo, 2005 e 1994; Narvaz e Koller, 2006; Oliveira e Souza, 2006; Saffioti, 1999; Schraiber e D'oliveira, 1999) estarem relacionados ao tema, há também a influência dos ascendentes familiares na violência intrafamiliar. Isto porque, no material clínico que será discutido no decorrer deste trabalho, verificou-se a relação entre a dinâmica conjugal e a violência transmitida através das gerações. Já foi observado, em casos clínicos e em pesquisas, que a ocorrência de violência no seio familiar sofre influência de gerações anteriores (Bucher, 2003;  Gomes, 2005 e 2007).

Narvaz e Koller (2006) consideram a existência de um padrão de transmissão das experiências de violência ao longo de gerações, citando como exemplo casos em que mulheres vítimas de violência conjugal na atualidade presenciaram na infância suas mães em circunstâncias de vitimização. Por conta disso, torna-se relevante o estudo da transmissão psíquica transgeracional para se compreender como se dá a repetição da violência no casal entre as gerações.

Acredito que a violência não é um acontecimento isolado, mas um evento geracional. O material simbolizado e elaborado se transmite intergeracionalmente por aqueles que o repassam e o recebem tanto de forma ativa quanto passiva (Mandelbaum, 2007). Entretanto, quando se trata de questões não-ditas, não simbolizadas e não elaboradas, dá-se a transmissão transgeracional. Kaës (2001:16-17) assinala que há “necessidade de se transferir-transmitir para outro aparelho psíquico o que não pode ser mantido e albergado no próprio sujeito”. Coloca também que por conta das exigências pulsionais inconscientes, há urgência de se transmitir. Procura-se que as gerações posteriores possam elaborar e transformar o que as anteriores não conseguiram: o que é da ordem do traumático, do excessivo (Mandelbaum, 2007).

Outra questão importante é o que leva à escolha de tal parceiro violento. Freud (1910/1980) aponta para a influência dos modelos parentais na preferência e vinculação conjugais e familiares, transmitidos através das gerações a partir do complexo de Édipo (Gomes, 2005). A escolha pode estar relacionada à repetição de conteúdos que precisam ser elaborados.

Torna-se importante ressaltar o que Freud (1921/1976) acreditou ser a mais antiga forma de laço emocional entre objetos: a identificação. Existem fontes de identificação onde há a apropriação das qualidades do objeto, na tentativa de se vincular a ele. O sintoma pode aparecer na família como uma forma de união emocional entre os membros, que produzem sintomas semelhantes.

Considerando a breve revisão bibliográfica exposta, ilustrarei como a violência psicológica pode se apresentar na dinâmica de um casal e as possíveis influências transgeracionais para que isso aconteça.

O casal, Hélio1 e Mônica, ambos em torno dos 30 anos, chegam à primeira consulta se queixando da depressão crônica da esposa e de dificuldades no relacionamento do casal.

Casaram-se há cerca de dez anos, após um rápido relacionamento. Mônica desejava sair de casa por conta da violência do pai contra ela e contra sua mãe. Hélio pretendia constituir uma família. Acreditam que os primeiros meses de relacionamento foram os melhores, com muitas saídas a bares e conseqüente uso de álcool, além de uma vida sexual mais ativa. Entretanto, a família de Mônica passou a acusar seu marido de influenciá-la no uso de bebidas alcoólicas. Hélio decidiu parar de beber para mostrar aos familiares dela que não era responsável pelo uso de bebidas da esposa. Com isso, o casal relata ter havido um menor número de saídas e também de atividades sexuais. Assim, consideram que o relacionamento passou a ficar insatisfatório, fazendo com que Mônica sentisse necessidade de sair e ficar com outros homens. Hélio não se via autorizado a falar sobre a traição da mulher: “Me senti mal com a traição da Mônica, não contei a ninguém”, enquanto que Mônica contava a todos, pois “não quer andar se escondendo”. Contam que desejaram ter um filho, entretanto tiveram dificuldades para tal. Fantasiavam que com o filho haveria o sentimento de preenchimento no casal. Após tratamento especializado, Mônica conseguiu engravidar. Com o nascimento do bebê, ela teve depressão (sic).

A paternidade mobilizou Hélio. Ele relatou não ter conhecido seu pai, dizendo sentir dificuldade em assumir tal papel por falta de modelo. Acredita que seu pai era casado com outra mulher, e, por conta disso, pouco lhe foi falado sobre ele. Com relação a sua origem, foi-lhe contada a possibilidade do pai ter sido um vizinho da família. Diz que nunca pensou em investigar sobre ele. Na infância e na adolescência, sua irmã ficava sob seus cuidados, uma vez que a mãe se ausentava por conta do trabalho. Relata ter bom relacionamento com sua mãe e que ela não o critica por voltar à esposa após as traições da mulher. Expõe que tem medo de ser agressivo, pois quando jovem era impulsivo com a mãe, não querendo repetir o mesmo comportamento com a parceira. Diz se encontrar distante da família e dos amigos desde que se casou, parando de fazer as coisas que gostava. Acha que deve cuidar da esposa e se vê responsável pelas atitudes dela: fica em casa por medo que ela bata no filho, lhe leva comida e bebida no quarto, cuida dos afazeres domésticos por conta dela estar doente, gerencia a empregada, dentre outras coisas. É trabalhador autônomo, mas se vê atrapalhado com o gerenciamento do trabalho, uma vez que não tem tempo hábil para tal. Sente-se impotente e na obrigação de cuidar da casa e de Mônica, considerando que “se eu não fizer, quem vai fazer?”, mas em vários momentos fica financeiramente instável por não conseguir arcar com os compromissos profissionais.

Já Mônica se diz muito ligada a sua família de origem. Grande parte de seus comentários são referentes à falta que sente de sua mãe, de seus irmãos e de seus tios. Para conseguir a atenção deles, busca manipulá-los por meio de sua doença. Conta que na infância e adolescência havia muita violência em casa, pois seu falecido pai, além de desqualificar sua mãe e subjugá-la através da pressão financeira, a agredia fisicamente. Diz que se via responsável em proteger a mãe da violência paterna. Enfatiza que não deseja ser dependente igual a ela, que dizia não sair da situação violenta por conta dos filhos e de não ter condições financeiras para se manter. Quanto a seu filho, diz encontrar dificuldades em cuidá-lo por conta da depressão (sic), delegando ao pai e à empregada sua responsabilidade. Pensa em diversos momentos em abandonar tudo (marido, casa e filho), se matar ou morar em outro lugar.

Assim, pode-se observar que as questões familiares não são faladas, tampouco pensadas; age-se de forma agressiva esperando a colaboração dos demais, como na afirmação “quero piorar de saúde para ver se minha família volta a ficar comigo, entender meu problema”. Mônica se vê abandonada, maltratada, incompreendida, fazendo com que tudo que receba pareça ser insuficiente. Utiliza diversas estratégias para que o marido faça o que ela deseja e quando não o faz ela se desconcerta, se enche de raiva e tenta suicídio, como ocorreu diversas vezes. Desta forma, busca chamar a atenção e expressar o ódio que ela sente ao ser contrariada. A tentativa de suicídio funciona como uma forma de dominação e de ataque ao outro, tratando mal o outro em si mesma. Assim, há um clima de ameaça, fazendo com que a responsabilidade caia sobre o cônjuge, que se sente culpado e devedor. Entretanto, nesse círculo vicioso, a doença de Mônica é utilizada para tentar apagar suas contrariedades, o que não é totalmente aceito pelo marido, fazendo com que ela permaneça se sentindo incompreendida, levando-a a agredi-lo novamente, vulnerável pelo seu sentimento de culpa.

Suas observações “minha mãe não deve ter gostado do casamento, talvez por ciúmes do Hélio” e “sempre cuidei da minha mãe, ficava a noite toda em sua cabeceira para cuidar dela” indicam que ser mulher para um homem traz vivências de traição para com a figura materna. Não se vê capaz de desempenhar o papel de mulher junto a um homem, favorecendo a posição de filha junto à mãe.

Disputa com seu filho o lugar privilegiado de recém-nascido, lutando pela atenção do pai, parecendo tratar-se aqui de um Édipo invertido (Almeida-Prado, 1997, 2001). Quando se alcooliza e fica “mamada”, necessita de cuidados do esposo, como se fosse um bebê. Assinala, em alguns momentos, que busca no cônjuge mais o pai do que o marido, querendo exclusividade de cuidados. Mônica diz “nós parecemos pai e filha, já que ele se preocupa comigo e não me deixa sozinha em casa com o bebê”. Em outro momento, ressentida, relata que “quando ele chega vai direto ver o menino, não me dá atenção, mesmo tendo a empregada”.

As demandas de Mônica são contínuas e, mesmo quando correspondidas, são para ela insatisfatórias. Isso faz com que o marido se sinta confuso, com baixa auto-estima e impotente frente às situações. 

Mônica afirma: “Acredito que se ele me procurasse [sexualmente] talvez me sentiria preenchida e acabaria com a minha depressão”, no entanto, no momento que ele toma a iniciativa, ela se mostra indisponível. Estabelece-se, assim, uma relação de dominação, ficando no outro a responsabilidade pelas dificuldades conjugais. Procura-se, através da desqualificação, triunfar. Mônica desvaloriza o parceiro, menospreza-o, e a patologia conjugal se dá de forma complementar e recíproca: “ele não me procura, não me beija, tem mau hálito. Deve ter problemas de impotência. Mas quando procuro outros homens e volto para casa, ele me procura. Pede para eu o chamar com o nome deles”.

Partindo do recorte de um caso de violência no casal foi ilustrada a relação entre dinâmica conjugal e violência, levando em consideração os aspectos transgeracionais.

No caso exposto pôde-se perceber que o relacionamento tem em si características “viciantes” favorecendo um relacionamento fixado, conforme assinala Giddens (1992). O casal se encontra fundido em uma dinâmica conjugal patológica que não possibilita individuação. Contudo, quando a relação de dominação-submissão falha, desencadeiam-se ódio, violência e oposição. A capacidade de pensar e de ter autonomia é atacada através de mecanismos de contradição e de dupla mensagem.

Mônica teve experiência de pais violentos e repete em sua relação com o marido comportamentos de dominação. Já Hélio, com pai e mãe ausentes, se via desassistido, com a obrigação de cuidar de uma outra criança, sua irmã. Sem uma experiência parental satisfatória, ficou responsável por cuidados que não lhe cabia exercer.  Mônica se encontra incapaz de estabelecer uma relação conjugal satisfatória, assumindo uma posição desqualificante e hostil para com o marido, o qual, por sua vez, vê nela uma menina a ser cuidada, tal como sua irmã. A sexualidade vê-se assim desgenitalizada.

Em ambos é visível a co-construção da violência e como ela se dá a partir da identificação com figuras representativas de outras gerações, favorecendo conseqüentemente a repetição. Em qualquer atendimento, seja ele individual, de casal ou de família, torna-se necessário conhecer a rede de histórias envolvendo o(s) sujeito(s), levando-se em consideração os mitos familiares (Ferreira, 1963) e as alianças inconscientes (Kaës, 2001).

 

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Notas

* Trabalho desenvolvido no Setor de Terapia Familiar Psicanalítica da Unidade Docente Assistencial de Psiquiatria do Hospital Universitário Pedro Ernesto sob supervisão da Dra. Maria do Carmo Cintra de Almeida Prado.

** Psicóloga, residente (2007 - 2009) do Curso de Especialização em Psicologia Clínico-Institucional – modalidade Residência, IP/HUPE-UERJ.

1 Os nomes são fictícios para preservar o anonimato.